sábado, 19 de fevereiro de 2011

Manifestação Sudoeste


Segue o Movimento pela não "expansão da expansão" do Sudoeste, liderado pela Associação do Parque Ecológico das Sucupiras (APES). A construção de mais 22 prédios de apartamentos de classe alta é o empreendimento almejado pela Antares Engenharia, que pressiona governos para que seja acatado, mesmo que ilegal. A área onde se especula construí-lo pertence à Marinha e localiza-se ao lado do Instituto de Meteorologia e do Parque das Sucupiras. É também uma área de cerrado que compõe a escala bucólica do eixo monumental. Segundo o Decreto 10.829/1987, conhecido como “Brasília Revisitada”, a área em questão é considerada como non-aedificandi (art.10).

Apesar de ilegal, foi emitida a Licença de Instalação (LI) para a chamada "Quadra 500" do Sudoeste, no apagar das luzes, no dia 30 de dezembro de 2010, em favorecimento à Antares Engenharia. O fato é que a expansão continua proibida, em caráter liminar, pela Vara do Meio Ambiente do TJDF. Em 17/12/2010 o juiz Carlos Rodrigues "declinou competência" do caso, e o processo passará a ser julgado por órgãos federais. Reiterando as determinações legais e entendendo como irregular a emissão da LI em questão, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios solicitou a cassação da licença por meio da recomendação nº02/2011.

Parece permanecer governando, em Brasília, uma elite do setor imobiliário, a despeito da transição do governo. A tônica de seu discurso e de seus simpatizantes é o adensamento de Brasília, ou seja, construir na bacia do Paranoá (principalmente residenciais de luxo), em detrimento das áreas adjacentes. Está ameaçada a cidade polinucleada. De fato, o Estatuto das Cidades prevê a urbanização das áreas já servidas de infra-estrutura, visando a não ociosidades destas. Porém, nos encontramos em uma situação de saturação da capacidade suporte da bacia do Paranoá no que se refere à aspectos infra-estruturais, como a quantidade de carros, impermeabilização do solo, lançamento de efluentes sanitários no Lago Paranoá e disponibilidade hídrica.

Seria interessante também que os órgãos ambientais cumprissem as condicionantes que estes mesmos impuseram para a concessão de outras licenças ambientais de empreendimentos. A condicionante nº37 da Licença Prévia (LP) do setor Noroeste, por exemplo, condicionava a construção do empreendimento à preservação do corredor ecológico que conecta o Parque Burle Marx às áreas do eixo monumental e o parque da Cidade. A emissão de uma licença não pode ser só uma medida administrativa, deve considerar os compromissos assumidos pelo órgão.

É importante manifestarmos. Haverá um Ato Público contra este empreendimento, sábado 26, pela manhã, a partir das 9h, no balão do INMET, na entrada do setor econômico do setor econômico do Sudoeste até o Memorial JK, de onde se pode avaliar com clareza o prejuízo que a expansão causaria à visada e as escalas bucólica e monumental do Eixo. Compareça.



Manifestação contra expansão do Sudoeste
26 de fevereiro de 2011, às 9h
No Balão do INMET, perto do eixo Monumental

Um comentário:

  1. Atenção: sera realizada a 1a Audiência Públ. para elaboração do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) - previsto na Lei Orgânica do DF e no PDOT. A Audiencia será coordenada pela SEDHAB/DF, dia 26/03 (sabado) às 18H30,no audit.1 do Museu Nacional da República.
    A participaç de forças de defesa do interesse publico e fundamental nesse evento!!

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