No dia 11/05/11 houve uma Audiência Pública sobre o sistema de drenagem de águas pluviais que atende a infra-estrutura da UnB, sendo também debatidos problemas relativos ao esgotamento sanitário do campus. Foi apresentado o relatório da comissão de recursos hídricos da UnB constituída pela Resolução Reitoria 054/2011. A comissão foi coordenada pelo Professor Sérgio Koide (FT) e integrada por representantes da Caesb, CREA, FT (UnB), IG (UnB) e Novacap, os quais, juntamente com o magnífico reitor José Geraldo, assinaram o relatório na circunstância.
Professor Koide iniciou a apresentação mostrando que a intensidade da chuva do dia 10 de abril de 2011 não foi considerada extraordinária para a região do DF como um todo. Conforme medição do INMET (no sudoeste) a ocorrência foi 25,4 mm de chuva em 1 hora; pela medição da Caesb, 20 mm, e pelo ENE 55,4 mm. Assim, constatou-se uma grande variabilidade da precipitação nas diversas localidades do DF.
No entanto, o sistema de drenagem foi entupido com folhas e galhos de árvores – devido ao forte vento que acompanho a chuva –, com sedimentos – provenientes das diversas obras na bacia – e com lixo. Em 4 de 10 bocas de lobo estavam obstruídas conforme monitoramento robótico apontou.
Para projeção da capacidade do sistema de drenagem da UnB, foram utilizados valores estatísticos das intensidades de precipitação para um tempo de recorrência de 5 anos, ou seja, uma vez a cada 5 anos o sistema seria sobrecarregado. No período de 50 anos de existência, o prédio do Minhocão sofreu eventos de inundação 2 vezes, em 1971 e agora em 2011.
Dada topografia do terreno onde o Minhocão foi construído e a própria arquitetura do prédio, que acompanha as curvas de nível da bacia de drenagem, o prédio torna-se mais vulnerável. Constatou-se também um efeito cascata, com acúmulo de águas das chuvas provenientes das áreas acima da UnB, o que agrava a insuficiência do sistema de drenagem.
O diâmetro dos ramais de ligação na UnB, de 300mm, estão fora do padrão da Novacap, 400mm. A sugestão da Novacap é que se substituam as linhas de drenagem antigas. Porém, à época da duplicação da via L3 norte, os sistemas não foram revistos.
Como solução propõe-se a construção de uma barreira física entre o Minhocão e seu estacionamento: pequena mureta ou elevação espaço entre a calçada e o estacionamento; adequação das obras de acessibilidade que são incompatíveis com o sistema de drenagem; novas bacias de infiltração.
Ademais, foi questionado sobre a drenagem da L2, mas o estudo só abarcou a via L3. Quanto ao questionamento sobre sedimentos decorrentes das obras na asa norte, o professor Sérgio Koide afirmou que este é hoje é um problema ambiental gravíssimo e, que em Brasília não há política de contenção de sedimentos, embora haja mecanismo relativamente simples para conter o problema. Nesse sentido, representante da Novacap falou que existe um projeto chamado “Água DF” que irá atender essa demanda.
Questionou-se também sobre o Relatório da comissão de recursos hídricos sobre o problema de saneamento da UnB. Esclareceu-se que as estruturas abaixo do grande emissário de esgoto da Caesb na UnB – a Reitoria, Biblioteca Central e Centro Olímpico – de fato, encontram-se com problemas de saneamento decorrente de infiltração das fossas sépticas e que hoje afetam o Lago Paranoá. Estas três estruturas se encontram abaixo do nível do emissário de esgoto da Caesb para a ETE norte e, para que haja a ligação de rede coletora de esgoto desses prédios ao emissário seria necessário bombeamento com gasto energético.
Foi questionada a possibilidade de soluções em saneamento baseada em tecnologias sociais/tecnologia adequada como o saneamento por evapotranspiração com bambus ou outras alternativas que envolvem menor custo e que mantêm o nível de tratamento terciário. O professor Sérgio Koide desconsidera a possibilidade de utilização destas tecnologias, visto que o serviço público oferecido pela Caesb é seguro e não envolveria o custo adicional de manutenção que essas outras tecnologias envolveriam.
Foi citado também o problema de que atualmente uma mesma estrutura acomoda os sistema elétrico, sistema de drenagem e sistema de esgoto. O aporte de águas pluviais no sistema de esgoto e vice e versa é um problema presente que acarreta sobrecarga do sistema de esgoto e conseqüente extravasamento de material contaminante.
A função da comissão era a elaboração do relatório, propondo diretrizes de atuação, assim, a comissão se dissolveu.
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