quarta-feira, 10 de novembro de 2010

resumido do artigo "Finalmente, bons resultados para a biodiversidade na COP 10 Japão"
Ligia Paes de Barros, de Nagoia
WWF-Brasil – 29/11

Plano Estratégico 2011 – 2020
Duas conquistas significativas do Plano foram a inclusão no documento final do valor da biodiversidade nas contas públicas dos países e a redução de subsídios destinados a atividades consideradas prejudiciais e degradantes da biodiversidade. Além disso, foi definida uma diretriz de redução da exploração inadequada dos recursos pesqueiros e hídricos.
Quanto à redução da conversão de habitats (destruição de áreas naturais), incluindo o desmatamento. Conforme apresentado na plenária, a meta final ficou definida em diminuir pelo menos pela metade a taxa de conversão de habitats e desmatamento, e onde possível, reduzir a zero.
“Seria muito importante para o Brasil, principalmente, ter metas mais efetivas para zerar a perda de biodiversidade e o desmatamento”, apontou a secretária-geral do WWF-Brasil. “Ainda assim, o Brasil tem compromissos internos sobre esses temas que se forem cumpridos devidamente, representarão um grande avanço para a biodiversidade do país. Devemos agora esperar que o Brasil faça sua ‘lição de casa’ e desenvolva uma estratégia nacional de implementação da CDB”, apontou Denise Hamú.
Áreas protegidas
Com relação à porcentagem dos territórios que serão conservados em áreas protegidas, definiu-se que 17% das áreas terrestres dos países terão que ser destinadas a áreas protegidas; área maior que os 10% definidos para 2010, mas não avança muito em relação à média mundial atual de quase 13%. Nas áreas marinhas, o percentual destinado a áreas protegidas permaneceu o mesmo que o estabelecido para 2010, que é de 10%.
Financiamento para conservação da biodiversidade
O governo do Japão doará 2 bilhões de dólares (EUA) até 2013. Definu-se que até 2012 os países finalizem um plano de financiamento claro e efetivo para o restante da década.
“O ideal agora é que os países desenvolvidos facilitem o acesso dos países em desenvolvimento a esse dinheiro já anunciado, ou outros novos, para que estes consigam fazer um levantamento das suas demandas até 2020”, afirmou Cláudio Maretti. “Outro compromisso que os países, inclusive o Brasil, devem assumir é o aumento dos orçamentos nacionais para o ministério do Meio Ambiente e especificamente para as áreas protegidas. O Brasil não pode mais depender apenas de recursos externos”, apontou Maretti.
Balanço geral
Os resultados dos documentos acordados entre os países representam avanços para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, contudo, “este também é um momento de cuidado e de ficarmos atentos para cobrar que os países implementem esses acordos nacional e localmente”, concluiu Maretti.

domingo, 7 de novembro de 2010

Mini-curso de extensão SEMEX-2010



Olá colegas,

A Universidade de Brasília oferece para a comunidade a Semana de Extensão (8-11 de novembro) com diversas atividades gratuitas e certificadas. Faz parte da sua programação o mini-curso “A Construção de Redes Sociotécnicas Para Gestão de Recursos Hídricos no DF – uma Abordagem Multiagentes dos Novos Comitês de Bacia Hidrográficas do Planalto Central” que tratará da capacidade governativa de órgãos colegiados.

Além dos aspectos sociais destes novos arranjos institucionais (NAI's), deverão ser abordados temas em Ciência & Tecnologia, relações entre uso da água e uso do solo e temática levantada pelos professores, gestores e lideranças convidadas. Venha você também compartilhar sua experiência na gestão do bem público.

Inscrições pelo site: http://semana2010.unb.br mediante cadastro, o mini-curso é da área temática "Tecnologia e Produção". As Inscrições poderão ser realizadas também no local.

Programação:

(9/11) Palestra e oficina: Metodologia Multiagentesem Comitês de Bacia e a abordagem CT&S– Ciência, Tecnologia e Sociedade (com prof. Ricardo T. Neder)

(10/11) Mesa-redonda: Experiências de Pesquisa, Ensino e Extensão em Recursos Hídricos no DF (c/ prof’s: Paulo Salles – NecBio/CBH-Paranoá; Frederico Flósculo – FAU-UnB; Rebecca Abers – IPol-UnB; Demétrios Christofidis – CDS-UnB/Min.Int. Nac.; Carlos Saito Eco/CDS-UnB; Ricardo Bernardes - Eng.Civ.-UnB)

(11/11) Mesa-redonda: Mobilização para tornar o Comitê de Bacia Hidrográfica um Espaço representativo e gerador de Políticas Públicas (c/ Lara Montenegro – Inst. ISPN; Flávio do Carmo – OnG AmiVer; Marcelo núcleo rural cor. onça e representante do DCE/UnB )

(12/11) Mesa-redonda: Instrumentos de Planejamento e de Execução de Políticas Públicas vinculadas (c/ Diógenes Mortari – ADASA e Maurício Andreas – ANA)

Realização: Observatório do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina e Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS/UnB e Faculdade Planaltina UnB - FUP

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Projeto "Na Rota dos Pajés"




Carta-convite aos ambientalistas

Carta convite 00/2010


Caros amigos ambientalistas,
A Associação Cultural Povos Indígenas (ACPI), em parceria com entidades afro-religiosas e outras religiões, entidades culturais e ambientais vem, por meio desta convidá-los a participar do Encontro Inter-religioso e Ambiental, que iniciará com a ação de coleta do lixo que tem sido jogado dentro da Terra Indígena Santuário dos Pajés em ato de puro vandalismo e contravenção e finalizará com uma cerimônia inter-religiosa. A ação de coleta faz parte das muitas que estão sendo organizadas em todo mundo como parte da campanha Clean Up the World, visando inspirar as comunidades a limpar, melhorar e conservar o seu ambiente. Acreditamos que a cidade de Brasília deva se comprometer com ações, recomendadas pela UNESCO e outros organismos internacionais, de maior cuidado das cidades com a sua biodiversidade, patrimônio ambiental, e patrimônio cultural, cuidado este que, a exemplo de Curitiba, este ano, recebeu o prêmio Globe Award Sustainable City.
A terra indígena, em processo de demarcação, marco no uso tradicional, na preservação de uma amostra do ameaçado cerrado sensu stricto que ali se encontra e local de educação ambiental das futuras gerações. Ali já se promovem visitas de escolas particulares e públicas que vêm conhecer o herbário fitoterápico e a cultura indígena Tapuya/Fulni-ô, com seus rituais como o toré do milho. O projeto “Nas rotas dos Pajés”, da Associação Cultural Povos Indígenas (ACPI) do Santuário Sagrado dos Pajés, visa promover a educação intercultural entre sociedades de saberes diversos e o ensino dos saberes ancestrais indígenas, dando oportunidade única para crianças e jovens viajarem ao vivo e a cores pelas rotas ainda vivas e resistentes da tradição indígena do Planalto Central Tapuya, bem no coração do Plano Piloto de Brasília. Além disso, o projeto “Herbário fitoterápico”, existente ali para a produção in situ de medicamentos e mudas que são distribuídas a outras comunidades indígenas do território, ganhou o prêmio Xicão Xucuru de culturas indígenas pelo Ministério da Cultura (MinC), em 2008.
O Santuário dos Pajés tem a missão de conscientizar pelo respeito à presença indígena na capital, invocar a tolerância e convivência pacífica das diferentes culturas presentes no Planalto, e, por ser patrimônio histórico, cultural e ambiental, agregar valor e qualidade de vida ao novo bairro de Brasília.
Devido a um incêndio criminoso e a constantes invasões do local para a retirada da vegetação e deposição ilegal de entulho e lixo, a fauna e flora e a comunidade que ali vive, estão sofrendo em estado de ansiedade, aguardando o documento oficial que demarca o território.
Esse evento vem a ser uma das ações que visam chamar a atenção de nossos governantes para a preservação ambiental e cultural, evento pluriétnico, no qual estão sendo convidados a participar representantes de Governo e instituições governamentais, organizações da sociedade civil, entidades de promoção da cultura, ambientalistas e artistas.
Com a plena certeza de contarmos com a presença de todos que participam de ações cidadãs com o intuito de cuidar do meio em que vivem, valorizar a cultura local e preservá-la para as futuras gerações, agradecemos e nos colocamos à disposição para a organização da visita.


Associação Cultural Povos Indígenas

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

dia do Nacional do Cerrado

Saudações candangas,


Sábado, 11 de setembro, é comemorado o dia Nacional do Cerrado e, diversas entidades ambientalistas e amantes da cultura cerratense se reunirão no Parque Olhos D´Água (413/414 norte), a partir das 8:30h, para celebrar este dia. Veja a rica programação no site do Movimento Cerrado Vivo: http://www.diadocerrado.blogspot.com/

Ademais, este ano de 2010 é o ano internacional da Biodiversidade. Esta campanha lançada pelas Nações Unidas visa também levar atenção para a biodiversidade urbana, pois é reconhecida a característica dos mosaicos florestais urbanos como refúgio de muitos animais que fogem das áreas devastadas.

Acreditamos que Brasília deva se comprometer com as metas de proteção da biodiversidade urbana e, assim, valorizar os serviços ambientais da vegetação em relação à regulação do microclima (águas atmosféricas) e à infiltração das águas pluviais (águas subterrâneas).

Desejamos que este seja um momento de inspiração para os cidadãos, gestores e técnicos com atuação na cidade para pensar a necessária revegetação da Bacia do Paranoá, bacia esta que drena suas águas para o manancial homônimo que abastecerá futuramente várias cidades do DF.

Apoio e Divulgação do
Movimento Brasília Sempre-Viva

domingo, 5 de setembro de 2010

Dia Nacional do Cerrado 2010
11 de setembro


No próximo sábado 11/9, a partir das 8:30, entidades ambientalistas do DF irão celebrar no Parque Olhos D´Água na 413/414 norte o Dia Nacional do Cerrado, com uma exposição sobre o bioma que ainda é desconhecido por grande parte da população.
O intuito das entidades é chamar a atenção para as riquezas e belezas do bioma, que geralmente é notícia apenas pelos milhares de quilômetros devastados para a expansão agropecuária e urbana, ou pelos focos de incêndio.
Pouquíssimos brasileiros sabem que o Cerrado é a savana mais rica do mundo, e que contém um terço da biodiversidade brasileira, que é o berço das principais bacias hidrográficas da América do Sul e que abriga imensa sociodiversidade de povos e comunidades tradicionais.
O objetivo da Exposição Cultural será levar estas informações para a população e para a mídia. Será uma ótima oportunidade para conhecer novos sabores e aromas, exposições fotográficas e artísticas, desenhos infantis, trabalhos voluntários, pesquisas científicas e um pouco da cultura cerratense através de artistas como o grupo Esquadrão da Vida, fundado pelo já falecido ator Ary Para-Raios, um pioneiro na defesa do Cerrado, e homenageado na escolha do dia 11 de setembro, data de seu aniversário, como o Dia Nacional do Cerrado, oficializado em 2003.


Participantes já confirmados:


Esquadrão da Vida
Instituto Oca do Sol
Movimento Cerrado Vivo
Associação Parque Ecológico das Sucupiras
Santuário dos Pajés
Projeto Mergus
RPPN ChakraGrisu
Companheiros Andarilhos de Brasília
Batukenjé Filhos da Terra
União de Capoeira do Distrito Federal
Central do Cerrado
DaTerra produtos ecossociais
Delícias do Cerrado
Viveiro Pau-Brasília
Bioginástica Brasília
Wikiaves
Encantadoras de Pássaros
Movimento Brasília Sempre-viva.



Apoio: Fórum das Ongs Ambientalistas do DF
Departamento de Parques - IBRAM
Postado por Dia Nacional do Cerrado 11/9 às 13:54

sábado, 4 de setembro de 2010

MPDFT pretende barrar construção da nova quadra do Sudoeste

Helena Mader
Publicação: 01/09/2010 (Correio Braziliense)

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) vai tentar barrar a construção da quadra 500 do Sudoeste - localizada entre o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Eixo Monumental - cuja autorização, assinada pelo governador Rogério Rosso, foi publicada nesta terça-feira (31/8), no Diário Oficial do DF. No ano passado, o MPDFT entrou com uma ação civil pública e em janeiro conseguiu liminar na Justiça proibindo o início das obras da nova quadra. Para o promotor de Defesa da Ordem Urbanística Paulo José Leite, a construção fere o tombamento. “Isso está bem claro nas plantas do Lúcio Costa, nenhuma edificação foi prevista para aquela área. Por isso, entramos com a ação civil pública e vamos trabalhar para evitar a construção da nova quadra”, diz o promotor.Entretanto, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente (Seduma) afirma que a nova quadra do Sudoeste completa o projeto da cidade, que foi prevista no plano “Brasília Revisitada”, em 1988, do urbanista Lúcio Costa. A área prevê habitação e comércio, incluindo 20 prédios. Ao todo serão pouco mais de 950 unidades. Segundo o órgão, ao empreendimento foram exigidas normas urbanísticas como a existência de duas vagas de estacionamento para cada unidade, máximo de 50 unidades por bloco construído, projeto de drenagem e estudo de tráfego. A reportagem do correiobraziliense.com.br tentou contato com a empresa Antares Engenharia, responsável pela obra, mas não obteve resposta.CicloviaSegundo a Seduma, como contrapartida, a empresa Antares Engenharia, também vai construir a rede cicloviária da região, de oito quilômetros e meio de extensão. A estimativa é que as obras vão custar R$1,8 milhão. A construtora deverá ainda fazer a implantação do Parque Sucupira e do Parque do Bosque, ambos próximo à nova quadra.

sábado, 1 de maio de 2010

Prodema investiga licenciamento ambiental do Setor Noroeste

O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) recebeu representação da ONG Movimento Brasília Sempre Viva e da arquiteta Tânia Batella, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, na última segunda-feira, 26 de abril, pedindo a análise das licenças ambientais do Setor Habitacional Noroeste.

A representação aponta que os requisitos para a emissão da Licença Prévia não foram cumpridos, o que implicaria em invalidade da Licença de Instalação emitida pelo Ibama, hoje sob responsabilidade do Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Segundo a ONG e a arquiteta, o descumprimentos destes requisitos de licenciamento pode implicar em graves danos ambientais e sociais, como assoreamento e danos à Bacia do Paranoá.

Para mais informações:
http://www.mpdft.gov.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=2538&Itemid=1

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Violência policial em protesto na Câmara Legislativa do DF

Diante da truculência e da violência policial da PM-DF durante manifestação da população brasiliense em frente à Câmara Legislativa do DF, assolada por denúncias de corrupção em diversos níveis (político, moral, social, ambiental), nosso querido amigo e ativista de diversos movimentos sociais, Diogo Ramalho, foi preso e torturado física e psicologicamente. A manifestação aconteceu no dia 17 de abril de 2010, sábado. Abaixo, reproduzimos a carta pública que o Diogo escreveu. O Brasília Sempre-Viva repudia a violenta ação da polícia militar, sempre disposta a bater em cidadãos que estão na legitimidade do seu direito de se manifestar publicamente contra o absurdo que foi a eleição indireta do novo governador e da vice-governadora do DF. Intervenção Federal Já! Pela legitimidade da representativade do povo no Poder Executivo!

Clique no título do post para ver o vídeo da ação da PM-DF durante o protesto!

DO PROTESTO À TORTURA

Sábado, dia 17 de Abril de 2010, foi mais um dia que entrou para a História do Distrito Federal, dentro do contexto da maior crise Institucional-Política já enfrentada pela Capital desde sua Fundação, 50 anos atras. Os protestos se iniciaram na sexta-feira a noite, através de uma vigília convocada pelo Movimento Fora Arruda e Toda Máfia em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na vigília houve músicas, brincadeiras como Mímica e reflexões.

O sábado começou agitado, das cerca de 30 pessoas que dormiram na vigília, às 14h da tarde o número saltou para quase 300 pessoas , uma hora antes de iniciar a seção da Câmara que elegeu o escolhido de Arruda pra Governar Interinamente o Distrito Federal até 31 de Dezembro. Estudantes, trabalhadores, cidadãos vieram de toda parte do DF protestar contra uma eleição totalmente ilegitima, que dos 24 votantes do seu colégio eleitoral, 10 parlamentares e suplentes foram flagrados na Operação Caixa de Pandora: a Eurides da Bolsa, o Geraldo Naves que saiu da Penitenciaria 4 dias antes da votação, entre outros.

Às 15h, quando iniciava-se a seção dentro da Câmara, na rua que dá acesso à CLDF manifestantes atearam fogo em pneus interditando por 10 minutos a via. Às 16h dezenas de manifestantes tentaram entrar na galeria para garantirem o ideal democrático de que na casa do povo, o povo, não pode ser impedido de entrar, ainda mais quando em nome dele, corruptos decidem. A resposta imediata da polícia militar, sobre o comando do Coronel Silva Filho (aquele que em 09 de Dezembro, a mando de Arruda, massacrou com cavalaria e muita violência 5mil cidadãos que protestavam em frente ao Palácio Buriti) foi de repressão violenta, cacetadas para todo lado, gás de pimenta, socos e pontapés. 20 pessoas ficaram feridas, 8 tiveram que ser atendidas em hospitais, 2 policias se feriram, 6 pessoas foram presas. Eu fui o segundo a ser preso.

Quando prenderam o primeiro companheiro, eu era um dos que gritavam para soltá-lo, e gritei bem forte várias vezes “Vocês têm que prender os filhos da puta que estão aí dentro votando em nosso nome”. No meio do caos, muita confusão, um tenente já conhecido meu de outros protestos, olhou no meu olho enfurecido e disse que prenderia a mim. Eu disse “Prende então, não estou fazendo nada”. Fui preso por desacato a autoridade.

A PM estava enfurecida, mas fui conduzido primeiro para a 2º DP, onde já encontrei rapidamente com o advogado do Movimento Fora Arruda e Toda Máfia, que me orientou a ficar em silêncio até a chegada dele na DRPI, para onde eu estava sendo transferido, pois era um direito constitucional meu. Fiquei 30 minutos na viatura, sem sofrer qualquer violência dos Policiais Militares. Chegando na DRPI, ainda sozinho, na presença apenas dos 3 policiais militares e 3 policiais civis, sentei-me no banco e aguardei, então começou a tortura moral. O policial civil agente Barcelar, que me torturou fisicamente momentos adiante, iniciou o dialogo com os policias militares dizendo que esses baderneiros deviam ser todos viados, porque ao invés de estarem em casa fudendo uma mulher, estavam nas ruas protestando, e aí seguiram-se as ofensas verbais, eu, calado.

Num dado momento o agente Barcelar me perguntou se minha identidade era do Distrito Federal, eu disse que era de Minas Gerais, aí, mais ofensas “O que você tá fazendo aqui seu merda? Você nem de Brasília é seu bosta e tá protestando, puta que pariu, etc”. Em seguida perguntou meu nome para puxar minha ficha, eu disse “Só vou falar quando meu advogado chegar” isso foi o suficiente para dar início a tortura.

O agente Barcelar, (ex-carcereiro por mais de 15 anos, agora trabalhando no “Administrativo”) após a minha simples frase de que estava aguardando meu advogado, deu a volta no balcão de atendimento, foi até a cadeira em que eu permanecia sentado, me pegou pela camisa me jogando com violência no chão, rasgando toda a lateral da camisa, e já iniciando uma série de murros na cabeça, chute, e me arrastando pelos cabelos junto a outro agente da polícia civil, que eu não soube identificar posteriormente porque eu estava no chão, e as duas mãos do agente Barcelar a a mão do outro agente me arrastaram pelos cabelos, pelos corredores da DRPI, até chegar na cela, onde, por estar sendo arrastado lesionei a coluna na barra de ferro do chão da cela.

O agente bateu a porta da cela e disse que eu era um merda e que iria apanhar mais.

10 minutos depois o advogado e minha namorada chegaram, de dentro da cela eu escutava o agente Barcelar dizer que eu tinha me jogado no chão, de lá da cela eu gritava que tinha sido espancado. Quando o advogado chegou diante da cela, lhe disse que fui espancado, o agente chegou a admitir na frente do advogado, dizendo que me puxou pelos cabelos porque eu não quis fornecer os dados que me solicitou. Mais adiante, conforme mais pessoas chegaram, o agente passou a dizer que nada aconteceu, que eu estava com a camisa rasgada e com visíveis marcas de agressão porque me joguei no chão.

Depois, fui conduzido enjaulado em uma viatura da Polícia Civil até o Instituto Médico Legal, onde foram constatadas todas as agressões que sofri na DRPI. O mesmo agente Barcelar tomou meu depoimento e se negou a colocar no inquérito as agressões que sofri, colocando a si próprio como vitima, me acusando de ter resistido a prestar informações.

Eis o Estado de Direito, onde Parlamentares corruptos nunca vão, e quando vão, nunca permanecem presos. Eis o Estado de Direito, onde você vai preso por desacato por protestar, e quando chega sozinho na Delegacia de Polícia, é ofendido verbalmente e em seguida espancado covardemente na presença de 6 polícias.

Parabéns Brasília? 50 anos de Quê?

Diogo Ramalho é estudante de Letras Espanhol da Universidade de Brasília; membro do Movimento Fora Arruda e Toda Máfia; coordenador executivo e editor político do Jornal O MIRACULOSO.

Transporte, roupas e classe social

Reproduzimos aqui mais um texto muito interessante sobre o uso da bicicletas nas grandes cidades, em especial como meio de transporte.

O texto original foi publicado no blog do Ecologia Urbana, e publicado por Ogum 777.

Transporte, roupas e classe social

17/04/2010
by ogum777
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Conseguiremos fazer a classe média engravatada abandonar o uso do carro?

Ontem participei de uma reunião divertida num escritório de arquitetura, sobre um plano cicloviário para uma determinada região de São Paulo. Não cabe a este texto tratar disso, pois será melhor dedicar um post inteiro a essa alvissareira notícia.

O mais interessante nessa reunião a que compareci foi um dado fornecido pelo arquiteto Ricardo Corrêa (guardem esse nome, o rapaz é fera em urbanismo e tem a sensibilidade para saber que a cidade é feita de pessoas, não de monumentos), que trouxe uma informação interessante sobre o trânsito na Avenida Rebouças: os carros transportam apenas 4 mil pessoas por hora, nos horários de pico. Os ônibus, no mesmo horário, carregam 18 mil pessoas.

Analisemos melhor esse dado. O corredor de ônibus da Av. Rebouças é um corredor coletor de pequeno porte que funciona como se fosse um corredor de médio porte. Por isso vemos os ônibus enfileirados: o corredor está operando acima de sua capacidade. Se fosse um corredor coletor de porte médio, transportaria mais rapidamente os passageiros. E se seu porte fosse maior ainda, talvez até fosse desnecessária a linha de metrô que pssará por baixo desta avenida. Um sistema de corredores de ônibus pode carregar até 27 mil pessoas por hora, e o metrô chega a 35 mil.

Mas uma outra questão precisa ser levantada. Quererão esses 4 mil motoristas que usam os carros abandoná-los?

Ricardo Corrêa nos trouxe um outro dado interessante. Berlim, uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol, em 2006, aproveitou o evento para desestimular o uso de carros. Num raio de 3 kms dos estádios, nada entrava senão pedestres e ciclistas . Num raio ainda maior, carros não entravam.

Com isso, o berlinense aprendeu a deslocar-se sem os carros. Onde antes havia ciclofaixas e ciclovias vazias, hoje há uma grande massa de ciclistas transitando.

Mas São Paulo não é Berlim. O Brasil não é Alemanha, nem Dinamarca. Somos um país tropical, a cidade é quente. Até aí, isto não seria problema, se não tivéssemos uma sociedade estratificada, estamentada, que se aproveita da temperatura para realçar os limites entre os estamentos sociais.

Exemplifico. No século XIX, entre o meio industrial inglês, surgiu o colarinho branco como marca da estratificação social. Apenas os que ocupavam altos cargos nas empresas poderiam ostentar o colarinho alvejado, pois nos postos mais baixos o contato com a fuligem fazia qualquer peça de roupa branca enegrecer em poucos minutos. A essa mesma época, as próprias necessidades do trabalho impuseram o abandono do uso da casaca em prol de uma vestimenta que era um aperfeiçoamento das roupas dos trabalhadores rurais: o terno. Se antes as calças vinham apenas até o joelho, Lord Brummel lançou a moda das calças compridas, como aquelas usadas pelos limpadores de chaminé. Mas claro, estas calças de limpador de cahminé combinavam-se com botas polidas com champagne, com paletós negros e camisas brancas com elaborados nós de gravata. Brummel, o pai do dandismo, morre em 1840, mas deixa fincadas as raízes do uso do terno como distinção de classe, como foram as unhas compridas na antiga China: o trabalhador braçal, de baixa renda, de classe baixa, não pode usar colarinhos brancos, nem manter as unhas compridas, senão não trabalha, não come, não sobrevive.

No Brasil, a distinção se faz pelo suor. Somos a última nação ocidental pretensamente civilizada a abolir o trabalho escravo. Isso há pouco mais de 100 anos. O escravo era os pés e as mãos do seu senhor. Seus braços e pernas. São conhecidas as gravuras do período colonial em que vemos escravos carregando o senhor em sua liteira, vestido como se europeu fosse, abanando-se ou sendo abanado. Acaso estivesse esse senhor andando pelas próprias pernas, suportaria o calor em sua casaca de veludo?

Vai embora a casaca mas em seu lugar fica o terno (e sua extensão feminina, o tailleur – um avanço na praticidade na época de Coco Chanel, mas um forno de Bier volante para a brasileira). Somem as liteiras, e as ruas ocupam-se de carros. O espaço externo, que pode ser frequentado pelo povo, não é a extensão da liberdade da Casa-Grande, mas da Senzala, portanto pode ser descuidado, destratado. Tal como vaticina Alexis de Tocqueville, que afirma que o maior inimigo do cidadão é o indivíduo, o individualismo do paulistano que prefere o espaço privado ao público é a negação da construção republicana, da res publica, da coisa pública, ou seja, do espaço onde a pessoa deve participar enquanto simplesmente ser humano, e não enquanto membro de uma classe social.

Sintomaticamente, o meio profissional mais resistente à flexibilização das regras rídigidas relativas às vestimentas é o setor jurídico. Assim como os juízes ingleses não apenas trajam togas, mas também as perucas brancas do século XIX, o Poder Judiciário no Brasil resiste à abolição do terno. No Rio Grande do Sul a obrigatoriedade não mais existe – apenas por uma característica particular do estado, onde a pilcha instituiu-se como traje de honra em qualquer evento não podendo o gaúcho que a traja ser impedido de acessar qualquer recinto público em razão disto – mas em outros estados permanece, de um modo mais ou menos rígido. No Município de São Paulo a rigidez é maior, e estende-se a outros setores da produção econômica. Poucos são os empresários ou executivos que não trajam o terno e a gravata.

E assim os ambientes onde se usa o terno necessariamente são refrigerados. As mulheres, mais sensíveis ao frio, sabem: onde há homens de terno, o ar condicionado está funcionando em sua máxima capacidade, ou então veremos pessoas passando mal de calor, como ocorria com freqüência nas dependências da Justiça do Trabalho quando funcionavam em antigos prédios da Rua Cásper Líbero, sem ar condicionado e com poucos ou nenhum elevador. Àquela época ficava uma ambulância de plantão no local, e não foi apenas um caso de morte por problemas cardíacos nas escadas dos prédios quentes. E sempre advogados, pois se as salas dos juízes muitas vezes possuíam ar condicionado, as ante-salas e o resto do prédio não. Esta mesma situação mantém-se inalterada em diversos fóruns do interior de São Paulo.

Diante deste panorama, não é de espantar que pessoas prefiram ficar presas dentro de seus carros. O vidro fechado com o ar condicionado ligado cria o micro-clima que permite o paulistano sobreviver usando as insígnias da classe social. Não apenas isso, permite uma maior mobilidade (questionável esse aspecto no que tange aos fatos, mas é essa a impressão que o motorista possui), e acesso a outros lugares que não acessíveis à massa sem quatro rodas. Neste sentido, esse post aqui é exemplificativo: ponto de ônibus mistura, portanto inclui, o que não é desejado pelos partidários da exclusão social.

E assim, em nome das distinções de classe, o automóvel permanece como paradigma de status social na cidade de São Paulo, reforçado pelas convenções sociais relativas ao vestir-se, ao conviver com o outro: dress c0des que reproduzem e reafirmam as hierarquias sociais que, aqui no Brasil, ainda reproduzem a estratificação dos tempos coloniais, pois vestem-se adequadamente ao clima tropical os mais pobres (com suas deselegantes mas confortáveis bermudas largas e camisetas regata), os mais ricos trajam-se como se estivessem em Dublin ou Estocolmo, mudando (refrigerando) o clima ao seu redor par fingir que estamos na Bélgica quando estamos na Índia.

Em tempo: para ficar claro, não é o automóvel ou a moda que criam as distinções de classe. Não, são apenas produtos desta mesma distinção, pré-existente. São seu reflexo, não sua causa.

Links de interesse:

Plano Cicloviário Integrado de Santo Amaro – TC Urbes

Guia Bike da Rua, do Cleber Anderson

Transporte Ativo

Bicicletada

Vá de Bike

Gata de Rodas

ONU – iniciativa pelo não uso da gravata como combate ao aquecimento global

Paletós, Gravata e Shorts – New York Times

Racismo Ambiental – entrevista em 3 partes com Paulo Saldiva, professor titular da Faculdade de Medicina da USP

Centro comercial recém-inaugurado revela-se inimigo de ciclistas e pedestres

Reproduzimos aqui no blog texto produzido pelo nosso amigo Uirá Lourenço, cicloativista que sempre nos envia muitos informações legais pertinentes ao cicloativismo. O texto é de 7 de abril de 2010, e fala sobre a triste realidade que o novo shopping Iguatemi traz para ciclistas e pedestres de Brasília.

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No dia 31 de março, pedalei pela via do Lago Norte (Estrada Parque Península Norte, DF-009) até o Iguatemi, inaugurado no dia anterior. Apesar da distância curta (cerca de quatro quilômetros de onde eu estava), o trajeto não foi dos mais fáceis e não recomendo a ciclistas sem experiência no trânsito selvagem do dia a dia.

Saí do final da Asa Norte (próximo aos supermercados Extra e Carrefour), peguei parte do Eixão Norte, ponte do Bragueto e, então, a via de acesso ao Lago Norte. Em nenhum momento, pude desfrutar de qualquer facilidade ao ciclista (ciclofaixa, ciclovia nem calçada compartilhada).

Na chegada ao shopping, a primeira surpresa: o acesso de pedestre não está pronto. Contornei o terreno e avistei o estacionamento. A placa próxima à entrada sinalizava para carros (“valet”) e motos.

Acesso de pedestre em construção

Sinalização para usuários de moto e carro

Um ser de bicicleta deveria ir para que lado? Entrei no primeiro acesso ao shopping e avistei um rapaz. O diálogo com o funcionário responsável pelo acesso ao estacionamento foi emblemático:

Eu: Boa noite. Vou ao shopping. Tem vaga para estacionar minha bicicleta?

Funcionário: Aqui nessa parte não tem.

Eu: Então, onde posso parar?

Funcionário: Essa área é a internacional. Não tem lugar pra bicicleta.

Eu: Internacional, como assim?

Funcionário: É, por causa da Luis Vuiton. É área de acesso à loja.

Eu: Se não tem vaga na área internacional, onde posso parar?

Funcionário: Dá a volta e vê se tem na outra parte.

Pedalei até a outra parte do estacionamento. Procurei vagas para bicicletas, mas não as encontrei. Decidi voltar para a entrada e conversar, novamente, com o funcionário do shopping. Antes de encontrá-lo, avistei uma placa na entrada do estacionamento internacional e desisti de ter outro diálogo, afinal a placa é muito clara: bicicletas não são bem-vindas.

No acesso ao Iguatemi, a sinalização indica a proibição de acesso de bicicletas

A administração do Iguatemi deve imaginar que usuários de bicicleta não tenham condições de consumir nas lojas de grifes internacionais. Esquecem-se que, por razões ambientalistas, urbanísticas e até por moda, o uso de bicicleta tem sido promovido em cidades de diversos países.

Não precisa recorrer a exemplos do exterior para constatar que o acesso a lojas pode ser mais democrático, de forma a possibilitar o acesso de ciclistas. Aqui na capital federal, o Conjunto Nacional dispõe, há mais de um ano, de vagas gratuitas e cobertas para bicicletas. Foi feita, inclusive, campanha de estímulo ao uso de bicicleta.

Bicicletário coberto e gratuito do Conjunto Nacional

Considerando que o Iguatemi foi construído pela construtora do empresário e ex-governador Paulo Octávio e que o GDF prioriza os modos de transporte coletivo e não motorizado, segundo o discurso repetido em eventos e divulgado em anúncios publicitários, era de se esperar que fossem reservadas vagas gratuitas e cobertas para os usuários de bicicleta.

Infelizmente, a área internacional do Iguatemi não teve como inspiração a Holanda ou Dinamarca, países que notadamente incentivam o uso de bicicleta.

Acostamentos cicláveis e criação de terceira faixa para carros

Não bastasse a proibição de acesso ao shopping, o ciclista enfrenta dificuldades ao trafegar na via que passa pelo Lago Norte, a Estrada Parque Península Norte (EPPN), DF-009.

O chamado acostamento ciclável (nome dado pelo governo ao espaço reservado aos ciclistas nos acostamentos de algumas vias) só começa a cerca de 500 metros do shopping e não segue até o final do Eixão Norte (DF-002). Em frente ao centro comercial não existe sequer o acostamento “normal”. Apesar de o governo qualificar como ciclável o espaço no Lago Norte, o código de trânsito já prevê a circulação de bicicletas no acostamento, sem necessidade de qualquer obra: “acostamento - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim”.

O acostamento que existia no Lago Norte cedeu espaço para a terceira faixa de circulação de carros, do shopping Deck Norte até a ligação com o final do Eixão.

Em ambos os lados da via, o acostamento virou terceira faixa para carros

Os ciclistas que passam pelo Lago Norte enfrentam outras dificuldades. A imprudência e o excesso de velocidade dos motoristas são facilmente observados. Em meia hora, mais de vinte carros invadiram o acostamento. O limite teórico de velocidade na via é alto – 70 km/h – e dificulta a convivência entre ciclistas e motoristas, especialmente nos locais sem acostamento. É fácil constatar que, apesar de alto, o limite de velocidade não é respeitado por muitos motoristas.

Limite de velocidade de 70 km/h ao longo da EPPN

Ao eliminar o acostamento na via do Lago Norte e criar a terceira faixa, o governo local faz uma escolha bem clara: põe em risco a vida de ciclistas para oferecer maior fluidez aos motoristas. Apenas neste ano, pelo menos seis pessoas já morreram em vias do Distrito Federal enquanto pedalavam, quatro apenas no mês de março. Os dados têm como fonte notícias divulgadas pela mídia local, pois os dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) estão desatualizados e vão até o mês de dezembro de 2009. Os números de mortes nas vias do DF até março de 2010 não estão disponíveis no sítio de internet nem na assessoria de comunicação do órgão de trânsito.

Apesar das mortes e dos ferimentos frequentes de ciclistas, decorrentes da falta de condições propícias às pedaladas, o órgão de trânsito não possui campanha voltada especificamente ao uso da bicicleta como meio de transporte. “Não tem nada voltado ao ciclista, não temos ação prevista. No momento, estamos focados no pedestre, em função do aniversário da campanha da faixa de pedestre”, afirma Maria da Penha, assessora de comunicação do Detran-DF.

A sinalização dos acostamentos cicláveis do Lago Norte está incompleta e não corresponde ao previsto no projeto inicial. Segundo o informativo do Pedala-DF distribuído em março de 2009, os pontos de conflito entre ciclistas e motoristas estariam destacados com pintura vermelha.

O gerente do Programa Cicloviário do Distrito Federal (Pedala-DF), Leonardo Firme, foi procurado por e-mail. Foram enviadas perguntas sobre as condições de segurança aos ciclistas na via que passa pelo Lago Norte. No entanto, não houve respostas.

Em pontos de ônibus e acessos a quadras (pontos de conflito), falta pintura vermelha no asfalto

Segundo o material informativo do Pedala-DF, distribuído em março de 2009, os acostamentos do Lago Sul e do Lago Norte possuem marcação vermelha nas zonas compartilhadas com automóveis e ônibus

O discurso do GDF de priorização do transporte não motorizado e o fato de haver uma gerência (Pedala-DF) apenas para tratar da mobilidade por bicicleta não resistem a uma breve caminhada pela cidade. É fácil constatar que pedalar e caminhar em Brasília, mesmo na área central, são tarefas árduas. A mega-frota motorizada (segundo o Detran-DF , a frota já chega a 1 milhão e 162 mil carros) ganha mais espaço por meio das diversas obras viárias projetadas e em execução. A prioridade ao automóvel que ocorre na prática contraria diversas leis em vigência no Distrito Federal, inclusive a Lei Orgânica, que preveem justamente a prioridade ao transporte não motorizado (confira abaixo).

A meta inicial de 600 km de ciclovias, que seriam entregues até 2010, certamente não será alcançada. E o Plano Piloto, que concentra a maioria dos empregos e dos deslocamentos diários, ainda se caracteriza pelas vias expressas e pela carência de vias e segurança para ciclistas. O projeto do governo que pretende disponibilizar estações para aluguel de bicicletas, previsto inicialmente para o ano passado, também não saiu do papel.

Legislação pró-ciclista

Em tramitação na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o projeto de lei nº 2103/2005 pretende obrigar a instalação de bicicletários (locais com vagas de estacionamento para bicicletas) em lojas, supermercados e centros comerciais. O projeto já passou por análise nas comissões permanentes e aguarda aprovação dos deputados em plenário.

Já em vigência, a lei distrital nº 4.397/2009 criou o sistema cicloviário do Distrito Federal e prevê incentivos ao uso da bicicleta. No artigo segundo, a lei afirma que o sistema será composto por dois itens: rede viária para o transporte por bicicletas, formada por ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas e rotas operacionais de ciclismo; locais específicos para estacionamento: bicicletários e paraciclos.

Outras leis distritais que estimulam o uso da bicicleta podem ser citadas: Lei n° 3.639/2005, que impõe a criação de ciclovia em rodovias; Lei n° 3.721/2005, que institui oficialmente a Jornada Na Cidade sem Meu Carro e o Dia da Mobilidade e Acessibilidade em favor do uso da bicicleta; Lei n° 3.885/2006, que assegura a política de mobilidade urbana de incentivo ao uso da bicicleta; Lei n° 4.030/2007, que cria o Dia do Ciclista (26 de outubro) e prevê a realização de eventos, como debates e palestras, com o objetivo de difundir o uso da bicicleta; Lei n° 4.216/2008, que permite o transporte de bicicleta no metrô.

De forma semelhante, nossa Lei Maior, a Lei Orgânica do Distrito Federal, prevê a priorização do transporte não motorizado. O capítulo sobre transporte (artigo 335, parágrafo segundo) estabelece: “O Poder Público estimulará o uso de veículos não poluentes e que viabilizam a economia energética, mediante campanhas educativas e construção de ciclovias em todo o seu território.”

Exposição com fotos da construção do St. Noroeste


O Movimento Brasília Sempre-Viva participou, no último dia 20, da 3ª edição do MOVIOLA, evento que busca promover e valorizar o Cine Brasília. Neste ano, com o aniversário de 50 anos da Capital, não poderia ser diferente!


Fomos convidados para participar e levamos ao espaço do cinema um pouco sobre o que está acontecendo em Brasília, com a construção do famigerdo Setor Noroeste, uma obra que foi aprovada na base da corrupção, e que tem destruído quilômetros de cerrado virgem, desrespeitando as leis ambientais, além de ter provocado muitos problemas para a comunidade indígena que há mais de 30 anos habita a região do Parque Burle Marx (Terra Indígena Bananal - Santuário dos Pajés).


Com o apoio da ONG Preserve Amazônia e da Pro'Active Language Institute, conseguimos montar uma exposição fotográfica com fotos de JPhilippe Bucher, Randal Andrade e Renato Zerbinato (Sociedade das Bicicletas). Intitulada "A nova corrida para o Oeste: perspectivas cinzentas de um bairro verde", a exposição divide-se em 2 partes. A primeira mostra o cerrado vivo e preservado, exuberante em sua diversidade animal e vegetal, com toda a potência de vida e medicinal. A outra parte, cinzenta, é de fotos da construção do novo "bairro verde", que já derrubou dezenas de hectares de um cerrado vivo e pleno.


A população de Brasília está cansada de tanta mentira, tanta corrupção, da sanha imobiliária que com maldade derruba o que temos de mais precioso. As consequências sócio-ambientais que a construção desse novo setor habitacional implica têm sido camufladas por uma mídia sem compromisso com a verdade, pois ela depende do governo do DF, que a sustenta com mais de centenas de milhões por ano.

Não se deixe enganar pela maquiagem verde do St. Noroeste. Busque a informação em meios alternativos, não acredite em tudo o que a TV te diz. Jornalismo não é sinônimo de verdade. Vá visitar a região e ver quantas árvores eles já não derrubaram por ali.

Release:

A NOVA CORRIDA PARA O OESTE:
PERSPECTIVAS CINZENTAS DE UM BAIRRO VERDE


No Ano Internacional da Biodiversidade a cidade de Brasília vive uma situação que fere princípios ecológicos, e toma corpo aos olhos da população: a construção de um novo conjunto habitacional na última zona de cerrado nativo da região tombada de Brasília como Patrimônio da Humanidade.

Grupos ambientalistas têm alertado para os impactos negativos do empreendimento imobiliário nos parques vizinhos (Parque Nacional de Brasília e Parque Burle Marx), além dos danos ao Lago Paranoá, com o aumento do assoreamento e do volume de esgoto despejado no lago. A polêmica foi ampliada após a divulgação de estudos que afirmam que o Lago Paranoá será o provável fornecedor de água da cidade a partir de 2011.

Apesar de seu “marketing verde”, a construção do novo bairro implica na derrubada de dezenas de hectares de uma área de cerrado até então plenamente preservada. A exposição fotográfica retrata esta incongruência nas imagens dos fotógrafos JPhilippe Bucher, Randal Andrade e Renato Zerbinato, e revela a força e a delicadeza de um cerrado que enfrenta e resiste à lógica do concreto.


Movimento Brasília Sempre-Viva

O Brasília Sempre-Viva é um movimento da sociedade civil organizada que agrega representantes de entidades ambientalistas e agrupamentos afins com vistas à preservação do patrimônio ambiental da capital do Brasil. O movimento pretende, através de ações institucionais junto aos órgãos competentes, e da promoção de eventos de caráter cultural e educativo, promover a participação da população nas decisões que afetam sua qualidade de vida, cobrando do poder público a efetiva proteção do bioma cerrado, das águas e dos recursos naturais da região.


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Exibição do Documentário "Uma Mudança no Mar"


Nesta quarta-feira, dia 14, será exibido o longa-metragem documentário "Uma Mudança no Mar" (Dir.: Barbara Ettinger, 86', EUA, 2009), no Auditório 2 do Museu da República, a partir das 19h.

Após a exibição do filme haverá debate com o espanhol Daniel de La Calle, representante do filme em suas exibições no Brasil.

Catástrofe ambiental

O filme aborda o tema urgente da acidificação do mar, e as consequências para toda a vida marinha de peixes e baleias, além dos transtornos causados às populações humanas. Com imagens belíssimas dos mares da Terra, o filme é uma viagem azul às mais belas paisagens aquáticas do mundo.

O filme causou repercussão internacional e vem à Brasília, mais uma vez, para alertar a população brasileira da necessidade de preservação dos mares.

O filme ganhou diversos prêmios pelos festivais internacionais que percorreu, como o XI Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA - 2009 - Goiás), e em festivais nos Estados Unidos (São Francisco e Seattle), Havaí e em Kosovo, entre outros.

DOCUMENTÁRIO "UMA MUDANCA NO MAR"

Dia: 14 de abril (quarta)

Hora: 19h00

Local: Auditório 2 Museu Nacional da Republica

Entrada franca

Debate com o espanhol Daniel de La Calle (*), representante do filme


(*) Daniel de La Calle, espanhol radicado em Nova York, estará presente como representante do filme para o debate após a exibição, sendo esta sessão integrante do roteiro de projeções no Brasil.


Site oficial do filme:

http://www.aseachange.net/

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Movimento Pelos Parques do DF


Grupo de Samambaia se uniu para recuperar área degradada do Parque Três Meninas
Voluntários plantaram mudas de plantas típicas da flora do Centro-Oeste para recuperação do cerrado


Thaís Paranhos - Especial para o Correio Braziliense


A natureza agradece a iniciativa de moradores de Samambaia e simpatizantes das causas ambientais. Vinte voluntários plantaram ontem cerca de 100 mudas de espécies nativas do cerrado no Parque Três Meninas. Eles criaram o Bosque do Cajuzinho e trabalharam durante toda a manhã na segunda etapa do projeto de recuperação de parte da área degradada do parque. A iniciativa é do Movimento de Resgate do Parque Três Meninas, criado há um ano para atuar com a comunidade em prol da revitalização e preservação do espaço. Também participaram membros do grupo Cerrado Vivo. Entre as espécies plantadas, havia mudas de jenipapo, cajuzinho-do-cerrado e alguns tipos de ipês. O local faz parte da Área de Relevante Interesse Ecológico Juscelino Kubitschek (Arie JK).

Localizado na QR 609/611, o Parque Três Meninas tem 72 hectares e pode proporcionar à comunidade atividades de lazer e convivência com a natureza, mas hoje sofre com a falta de manutenção. Em 2007, o GDF garantiu a liberação de R$ 467 mil para a construção de guaritas, banheiros, quadras poliesportivas e sinalização. Até hoje a revitalização não saiu do papel e o mato alto tomou conta do espaço. O parque é dividido em três partes: uma área de preservação ambiental, outra destinada a atividades culturais e educativas e uma terceira, voltada para o lazer da população.

Uma das coordenadoras do movimento, Iolanda Rocha, aponta como o principal problema enfrentado pelo parque o abandono da administração. “Nós entendemos que esse descaso é intencional, porque existe dinheiro para cuidar disso aqui”, revolta-se. Os quatro coordenadores do movimento criaram o grupo para devolver a área de lazer à comunidade, com trilhas, pistas de cooper e toda a estrutura necessária que um parque deve oferecer aos usuários, além de recuperar a área de cerrado que foi degradada e garantir a preservação da vida ecológica. O professor universitário aposentado Jacy Guimarães trabalha hoje com educação ambiental e preservação da fauna e da flora do cerrado. “A situação do planeta é tão séria e nós estamos perdendo muita biodiversidade. Então resolvi doar o resto da minha vida por essa causa”, diz o professor que dedica os dias para recuperar o bioma em algumas áreas do Distrito Federal e do estado de Goiás. Jacy acredita que a comunidade não sabe a importância que o cerrado tem e simplesmente o ignora. “A natureza é sábia. Quando eu planto uma muda, pergunto onde ela quer ficar”, conta o professor que se diverte ao dizer que as pessoas o chamam de doido por causa disso. Ele levou mudas de lobeira, ingá e jatobá-do-campo para serem plantadas ontem.

Preocupação
- A estudante Renata de Castro, 17 anos, moradora da Asa Norte, sempre se preocupou com as questões ambientais e conheceu o Movimento de Resgate do Parque Três Meninas ao participar de uma manifestação na Esplanada dos Ministérios do grupo Cerrado Vivo. “Me interesso muito por esse assunto e sempre dou uma força quando a iniciativa gera um bem maior”, diz. A também estudante Nayara Dias, 19 anos, moradora de Samambaia, conheceu os membros do movimento por meio de uma rede de relacionamentos na internet. “Samambaia é muito rica em termos ecológicos. Temos três parques na cidade e precisamos preservá-los”, invoca. Segundo a assessoria de imprensa da Administração Regional de Samambaia, o orçamento destinado à recuperação do Parque Três Meninas foi aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, mas o dinheiro não foi liberado para o início das obras. Ainda de acordo com a assessoria, o órgão tem conhecimento do problema no espaço e apoia a comunidade, mas afirma que não tem autonomia financeira para atuar na revitalização do parque. Ninguém do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da administração do parque foi encontrado pelo Correio para comentar o assunto.

Para saber mais


Antiga chácara
A Lei Distrital nº 576 de 1993 determinou a criação oficial do Parque Três Meninas. Na década de 1960, a área era ocupada por uma chácara que tinha o mesmo nome por causa de três casas de bonecas construídas pelo proprietário para as filhas. A área se tornou propriedade do governo na década de 1980 e, logo depois, passou a ser utilizada como escritório para a distribuição de lotes para a construção de Samambaia. Após a fundação da região administrativa, em 1989, a chácara chegou a abrigar a extinta Casa da Cultura, uma escola classe, um posto de saúde e um assentamento.

Algumas das espécies plantadas pelo grupo


Ipê-amarelo - Há várias espécies de ipê-amarelo plantadas pelas ruas do Distrito Federal, que pouco se diferenciam umas das outras. Elas podem ser vistas nos eixos rodoviários Norte e Sul, Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios, Setor Militar Urbano (SMU), Parque da Cidade entre outros. Algumas espécies se mostraram bem adaptadas a solos mais pobres. No DF, durante o período chuvoso, o ipê-amarelo perde todas as folhas, que reaparecem na época da seca.

Lobeira
- A espécie de nome científico Solanum lycocarpum leva esse nome porque o fruto serve de alimentação para os lobos-guará. A árvore tem tronco áspero e em tons de amarelo, e a copa fica verde durante todo o ano. Com aproximadamente 2cm de comprimento, as flores roxas aparecem antes do mês de março, quando os frutos começam a amadurecer. O alimento do lobos-guará tem uma polpa amarelada, muito usada para a fabricação de doces caseiros.

Cagaita
- A cagaiteira (Eugenia dysenterica) é uma árvore típica de cerrado e cerradões e pode ser encontrada em estados das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste do país. As flores brancas da espécie têm atém 2cm de diâmetro e costumam aparecer em agosto e setembro, seguidas da frutificação. A cagaita costuma amadurecer nas primeiras chuvas. O fruto pode se consumido in natura e também é muito usado na fabricação de sorvetes, sucos e geleias.

quinta-feira, 25 de março de 2010

A incrível história do ipê amarelo


Clique na imagem para ampliar

A Chapada da Contagem pede socorro

(*) Em uma das (últimas) áreas mais ambientalmente preservadas de Brasília (a Chapada da Contagem, na APA de Cafuringa), existe uma grande pedra de calcário, rodeada por uma bela floresta, que é chamada de Morro da Pedreira ou Morro do Urubu.

Espaço sagrado, habitado por muitos animais e árvores centenárias, além de frequentado por trilheiros e escaladores, o Morro sofre um grande perigo: as companhias de cimento existentes na região demonstraram milionário interesse em comprar a área do Morro, visando explodir a pedra de calcário para a fabricação de cimento, com a instalação de mais uma fábrica na região, o que seria desastroso para o mundo, para o meio-ambiente e também para a população rural e peri-urbana que ali reside (nas cercanias das atuais fábricas de cimento são registrados os maiores índices de doenças pulmonares no DF).

Estimulado por ativistas ambientais, o IBRAM - Instituto Brasília Ambiental, abriu um processo para transformar o Morro numa Unidade de Conservação, na modalidade de Monumento Natural (que não invibializa a manutenção da população rural que hoje é proprietária da área do Morro). Um dos trâmites necessários para o avanço no processo de criação da Unidade é a Audiência Pública, onde temos a possibilidade de dar voz aos interesses maiores, que será realizada no dia 26 de março de 2010, uma sexta-feira, às 14:30, na Escola Classe Ribeirão (no pé do Morro, após a Fercal, DF 205-Oeste, Estrada Vicinal VC-201).

Precisamos da presença do maior número de ecologistas, pacifistas, permacultores, escaladores, trilheiros, guerreiros da luz e demais cidadãos interessados em que o Morro não seja explodido. Compareçam a Audiência Pública!!!

Se você já conhece o Morro, já compartilhou de sua beleza e de sua magia, tem dever, sabe o motivo, de comparecer na Audiência!

Se você ainda não conhece o Morro, é uma boa oportunidade para conhecer esse recanto natural de Brasília, venha!

COMPAREÇAMOS EM MASSA NA AUDIÊNCIA PÚBLICA, pois existe alta probabilidade que as companhias de cimento vão arregimentar pessoas e alugar ônibus para levá-las ao local. Vamos manifestar nosso apoio pela criação de mais uma Unidade de Conservação! Vamos preservar a Terra! Este caso, que pode parecer isolado, é na verdade mais um: por todo o mundo montanhas são explodidas e florestas desmatadas. Mas o que parecia ser o desenvolvimento de uma civilização, hoje revela sua natureza destrutiva. Já não da para disfarçar o resultado de nossas escolhas, a destruição está espalhada pela Terra em nome desse suposto desenvolvimento. FAÇAMOS UMA NOVA ESCOLHA: VAMOS PRESERVAR A VIDA!

Local: Escola Classe Ribeirão (no pé do Morro - após a Fercal, DF 205-Oeste, Estrada Vicinal VC-201, comunidade Ribeirão)
Data: 26 de março de 2010 (esta sexta-feira)
Horário: 14:30
Caminho: A partir do Balão do Colorado seguir rumo à Fercal por aproximadamente 13 km, onde encontrará um entroncamento logo após a Fercal. No entroncamento virar à esquerda sentido Boa Vista (DF 205 Oeste). Seguindo mais 6 km chegará ao fim do asfalto, após a vila Boa vista. A partir da estrada de terra são mais cerca de 13 km. Virar à direita na placa Ribeirão e seguir até a comunidade Ribeirão, onde se localiza a escola.

(*) Extraído do blog Semente Planaltina: http://sementeplanaltina.blogspot.com

Moringa Oleífera



A Moringa Oleífera (Moringaceae), planta originária da Índia é considerada por botânicos e biólogos um milagre da natureza, e representa uma esperança para o combate da fome no mundo. Rica em vitaminas e sais minerais, a planta possui:

§ Sete vezes mais vitamina C que a laranja;

§ Quatro vezes mais cálcio que o leite;

§ Quatro vezes mais vitamina A que a cenoura;

§ Três vezes mais potássio que a banana;

§ Duas vezes mais proteína que o leite (cerca de 27%, equivalente à carne do boi);

§ Mais ferro que o espinafre;

§ Vitaminas presentes: A, B (tiamina, riboflavina, niacina), C, E, e beta caroteno.

§ Minerais presentes: Fósforo, Ferro, Selênio e Zinco.


A moringa é considerada medicinal, e estudos demonstraram sua eficiência em dezenas de doenças: é anti-diarréica, antiinflamatória, anti-microbiana, anti-espasmódica, anti-diabética, diurética, vermífuga (flores e sementes).



UTILIZAÇÃO DA PLANTA



SEMENTES

De sua semente se extrai um óleo similar em qualidade ao azeite de oliva. Por ser a única planta conhecida que floresce todo o ano, é, também, considerada melífera, própria para a criação de abelhas. Seu mel é considerado medicinal e alcança elevado valor no mercado europeu. Pela produção intensiva de flores e sementes, estudos recentes recomendam seu plantio para extração de biodiesel de suas sementes. As sementes verdes podem ser cozidas, como as de feijão branco, soja, etc., e servidas na forma de salada.


FOLHAS

Suas folhas e flores são comestíveis para humanos e animais, e vêm sendo utilizadas para alimentação de ovinos, caprinos, galinhas caipiras, coelhos e vacas leiteiras. A associação brasileira de caprinocultores a recomenda.


FLORES

Das flores se faz um prato apreciado na Indonésia e Timor Leste, chamado makansufa. As flores são fritas em óleo de coco, e imersas em leite de côco, sendo comidas com arroz ou milho. As folhas e flores podem, também, ser consumidas em vitaminas ou sucos com outros legumes, como beterraba, cenoura, ou frutas como a laranja, maçã, melão, mamão, caju, abacaxi.

As flores podem ser utilizada em um chá medicinal, recomendado para resfriados, de uso popular em vários países. O suco das flores e folhas pode compor caldos ou molhos, na sua forma natural, preservando assim as vitaminas e os sais minerais. É excelente no tratamento para redução de peso, e por ser rica em nutrientes facilita uma reeducação alimentar sem agressão ao corpo e ao metabolismo. As suas flores são muito utilizadas para alimentação de abelhas tipo Europa (Apis) ou as nativas sem ferrão. Produzem muito néctar para a alimentação das abelhas, florescendo o ano todo.De suas folhas, flores ou sementes, se pode extrair um produto, utilizado como decantador no tratamento de água para consumo humano, similar aos produtos aos químicos utilizados pelas companhias de tratamento de água. As folhas maceradas em poças de água barrenta provocam rápida limpeza. Se não estiver contaminada, fica própria para o consumo. No Nordeste brasileiro esta planta já está sendo utilizada para este fim.


VAGENS

As vagens novas podem ser cozidas, iguala aspargos ou vagens de feijão. E bastante utilizada desta forma no Haiti.


CASCAS

De suas cascas se faz artesanato, pois são muito maleáveis e próprias para moldar e fazer cestos, trançados, etc.. Pode ser processada para extrair uma fibra para produzir tapetes. Sua seiva tem gosto adocicado. A casca e a resina possuem tanino, utilizado para o curtimento de couros para a fabricação de calçados, bolsas, vestuário, etc.



BATATAS

Pode-se plantá-la em canteiros, como uma hortaliça, e quando a planta atinge cerca de 30cm, arranca-se o pé e se extrai uma batata para consumo alimentar. Tem gosto de rábano, próximo do rabanete. A seiva e a batata tem todas as vitaminas da plantas em concentração. Essa batata pode ser comida em saladas ou refogados, ou mesmo em sucos de frutas ou legumes. Após esse período de 30 dias a batata desaparece e transforma-se na raiz da planta.


ORNAMENTAL

Em muitos países planta-se a Moringa como ornamental, pois ela produz flores o ano inteiro, sendo a única planta conhecida com essa capacidade.



CELULOSE

Sua madeira é mole, mas é excelente para produzir celulose para fabricação de papel.



INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE USO


ALIMENTAÇÃO HUMANA

Por suas propriedades alimentícias, pode ser utilizada em tratamentos de desnutrição, pois é rica em proteína, vitaminas e sais minerais. Também pode ser utilizada no combate à obesidade e ao colesterol elevado, substituindo com nutrição equivalente, mas com muito mais vitaminas e sais minerais, a carne e vários outros alimentos que engordam ou que são ricos em gorduras saturadas.


ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Pode, ainda, ser plantada como forrageira, para alimentar carneiros, cabritos, coelhos, galinhas caipiras, vacas leiteiras. Plantam-se as sementes a cada 80cm, e quando a planta atinge 80cm de altura, cortam-se os ponteiros. Após nova brotação, vão surgir vários brotos, que, quando atingem 30cm, devem ter seus ponteiros cortados novamente, para que haja uma nova brotação. Assim a planta fica mais encorpada. Após essa segunda quebra de ponteiros, pode-se cortar os brotos e retirar as folhas para servir como alimento. Pela sua concentração de vitaminas e sais minerais, é um alimento nobre que ajuda a reduzir o custo da criação.


USO MEDICINAL

Na África, com milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV, a planta tem sido uma arma no combate aos efeitos da doença, por ser rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, além de ser poderosa arma contra a desnutrição crônica em muitas regiões do continente africano.

Resultados positivos ocorreram no tratamento de prostatite, câncer da próstata, reumatismo, tumores, lupus eritematoso, artrites e outras doenças auto-imunes, hipertensão arterial, hepatite, mobilidade gastrintestinal, vírus Epstein-Barr, epilepsia, fadiga crônica, males causados pelo tratamento de câncer, tratamento pré-natal, de glaucoma, de má nutrição de adultos e crianças, de redução da obesidade, cura de irritação gastro-intestinal, de dermatoses, de bronquites e de inflamações de mucosas em lactentes. As raízes são laxativas. A planta produz efeito renovador das células epiteliais, dos órgãos sexuais e do cérebro.

Estudos demonstraram sua eficiência em dezenas de doenças: é anti-diarréica, anti-inflamatória, anti-microbiana, anti-espasmódica, anti-diabética, diurética, vermífuga (flores e sementes).

Existe citação do uso dessa planta com essa finalidade na bíblia, em Exodus 15:20-25. Ela é considerada um milagre da natureza, uma verdadeira farmácia natural.

Existem centenas de sites divulgando a planta e seus produtos em todo o mundo, e institutos de pesquisas pesquisando a planta e divulgando os resultados.


APOIO DA ONU/UNICEF PARA SUA DISSEMINAÇÃO

O apoio da ONU/UNICEF ocorre em campanhas para o seu plantio e uso. No Senegal foi instalada uma indústria para extração de produtos, com compromisso de compra das sementes, preço em dólar. A campanha resultou no plantio de oito milhões de arvores, em algumas semanas.


Em Brasília (DF), as sementes são distribuídas gratuitamente na Floricultura Paul - Brasília Eco Loja, Saída Norte, entre a Ponte do Bragueto e o Balão do Torto. Telefone: (61) 3468-4296