segunda-feira, 22 de março de 2010

Debate sobre a Construção do St. Noroeste


Pessoal, é um debate importante este de hoje. Estarão presentes entidades, empresas e instituições com posicionamentos bastante distintos com relação a construção do famigerado St. Noroeste. Mobilizemo-nos!

O debate acontece hoje, às 17h30, no Auditório Dois Candangos, na UnB. O Movimento Brasília Sempre-Viva estará presente, sendo representado pela bióloga Denise Agustinho.
Os debatedores convidados são:

SINDUSCON: Élson Riberio e Povoa
ADEMI: Adalberto Cleber Valadão TERRACAP: Luiz Antonio Almeida Reis IBRAM: Gustavo Souto Maior IBAMA: Maria Silvia Rossi & Hanry Alves Coelho (Analista Ambiental IBAMA) Fórum das ONGs Ambientalistas do DF: Luiz Mourão Instituto dos Arquitetos do Brasil: Tânia Batella Câmara Legislativa: Dep. Erika Kokay Santuário dos Pajés: Awamirim Movimento Brasília Sempre Viva: Denise Agustinho Escritório Oscar Niemeyer: Carlos Magalhães Zimbres Arquitetura: Paulo Zimbres

Abaixo, segue um resumo da situação do local, que extraímos de um vídeo postado no YouTube sobre um protesto que aconteceu em frente ao estande de vendas do St. Noroeste, na 208 Norte.

Um grupo formado por estudantes, ambientalistas e militantes de movimentos sociais realizou na segunda (18) um protesto contra a construção do novo bairro de alto luxo de Brasília, o Setor Noroeste [Faroeste]. A concentração dos manifestantes começou às 11h em frente à central de vendas do Setor Noroeste, na 208 norte. Por volta de meio dia havia cerca de 50 pessoas na manifestação. Um grupo de ativistas trouxe algumas sacolas de refugo de uma feira próxima. Às 12h 30 os vegetais podres e os ovos começaram a voar contra as paredes do luxuoso stand de vendas. Faixas que anunciavam apartamentos no novo bairro foram recolhidas pela cidade e queimadas em frente ao stand.
Um pouco antes das 13h, o grupo se dirigiu em carreata ao canteiro de obras do Setor Noroeste. Lá, os manifestantes se dividiram em grupos e pararam várias das máquinas que faziam o trabalho de devastar a área de cerrado virgem da Reserva do Bananal. Dentro da área da reserva, existem 58 hectares que são considerados legalmente como zonas intangíveis, ou seja, que não poderiam sofrer qualquer tipo de alteração. Quatro desses 58 hectares já foram devastados, apesar da decisão da Justiça Federal, no dia 24/11 de 2009 de que todas as intervenções da Terracap na área da Reserva fossem suspensas. A empresa Basevi, que executou a destruição, foi multada em apenas 250 mil reais.
A destruição do cerrado na área do Setor Noroeste trará graves problemas para o abastecimento de água em Brasília. A impermeabilização do solo, por conta das construções, prejudicará a função da área de recarga de um aqüífero que existe ali sob o solo. Além disso, o bairro acabará por sobrecarregar as estações de tratamento de esgoto, (ETEs) que atualmente desembocam no Lago Paranoá, sustenta a bióloga e ambientalista Denise Paiva, presente no protesto. Ambientalistas apontam ainda que a remoção da cobertura vegetal contribuirá para o aumento do processo de assoreamento da Bacia Hidrográfica do rio Paranoá.
Além dos impactos ambientais e urbanísticos (como a piora do trânsito em toda a Asa Norte), a construção do Noroeste pressiona as etnias indígenas que ali vivem em torno no Santuário dos Pajés, local considerado sagrado por eles. O cacique Korubo, considerado uma liderança espiritual do Santuário, passou nove meses desaparecido, fugindo das ameaças de morte feitas por pistoleiros, que segundo ele, eram contratados pela Terracap. Korubo voltou ao santuário apenas no dia 4 de janeiro de 2010. A casa do índio Towê, próxima ao Santuário, foi alvo de um incêndio (apontado por laudo da PF como criminoso) no dia 30 de março de 2009.


Link para o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=CX3e1FEQY6w

2 comentários:

  1. Bando de pobre desocupado que não tem o que fazer. Vai morar onde quando arrumar um bom emprego? Em Samambaia? Ou em um condomínio irregular?
    Trabalho muito e quero pagar caro pra morar muito bem dentro da legalidade. E não aceito pagar caro pra morar num buraco no plano piloto.

    Vão trabalhar pra ganhar algum dinheiro e produzir alguma coisa de útil.

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  2. Não é necessário pagar caro para morar bem. É preciso que se pague o justo. O que não será o caso do St. Noroeste, local onde uma kitnet custará cerca de R$ 500 mil reais. Em qualquer outro lugar do mundo, você poderia morar muito melhor, e ter mais qualidade de vida para sua família, se não houvesse tanta especulação imobiliária promovida pelas empreiteiras e construtoras.

    Não é necessário desqualificar o debate com insultos. A sociedade civil não só tem o direito de interferir, como tem o dever de questionar obras e políticas públicas sob suspeita de corrupção.

    Fique à vontade para se identificar e dizer o que pensa. Apenas quero dizer que é melhor sustentar o debate com argumentos, e não com insultos.

    Att.

    Lígia

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